sexta-feira, 7 de agosto de 2015

What Happened, Miss Simone?

O NetFlix Produziu um belo documentário antológico sobre a vida de Nina Simone. Pianista clássica, cantora, compositora, ativista dos direitos civis e do movimento negro. O documentário, produzido por sua filha, traz imagens, entrevistas, depoimentos e da própria Nina e de pessoas próximas à ela. É emocionante!
Do excelente site O Melhor da Telona

What Happened, Miss Simone? – 2015 – Legendado


Baixar What Happened Miss Simone Legendado (2015)

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Baixar What Happened Miss Simone Legendado: A vida da cantora, pianista e ativista Nina Simone (1933-2003). Usando gravações inéditas, imagens raras, diários, cartas e entrevistas com pessoas próximas a ela, o documentário faz um retrato de uma das artistas mais incompreendidas de todos os tempos.
What Happened, Miss Simone? (2015) on IMDb
7.9/10

MP4 Legendado

MP4 + Legenda

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Nome Original: What Happened, Miss Simone?
Direção: Liz Garbus
Gênero: Documentário/Música
Áudio: Inglês
Legenda: Português
Qualidade: WEBrip
Tamanho: 611MB
Formato: MP4
Qualidade do Video: 10
Qualidade do Áudio: 10
Crítica do site: http://altamenteacido.com.br/
Freedom is no fear. I wish I could have that” (Nina Simone)
Nina Simone foi uma das artistas mais poderosas e influentes da sua época, mas, ao mesmo tempo, era uma pessoa comum como eu e você: com dúvidas, inseguranças, incertezas e frustrações.
É exatamente este lado humano que o documentário What Happened, Miss Simone?, dirigido por Liz Garbos, produzido pelo Netflix e disponibilizado para seus assinantes nesse final de semana, aborda com tanto respeito.
Com relatos de seu ex-marido, sua filha, amigos de banda e de vida, o documentário narra a vida de Nina desde sua infância pobre na Carolina do Norte – quando ainda se chamava Eunice Waylon – a ascensão e queda de sua carreira na década de 60, até o fim de sua vida na França. O retrato é de uma artista brilhante, inteligente, criativa e altamente sensível a tudo que acontecia a sua volta.
Nina Simone era conhecida por ser uma mulher independente, decidida e de pulso firme, com uma personalidade marcante quando estava em cima do palco, mas principalmente quando estava fora dele.
Quando criança, aprendeu a tocar piano aos 3 anos de idade e tocava na igreja onde sua mãe era pastora. Incentivada por duas mulheres brancas – a patroa de sua mãe e uma professora de piano – a jovem Eunice investiu em aulas de piano clássico e se apaixonou pelas obras de Bach, Debussy e Beethoven, as quais tocava com perfeição e disciplina. Era uma jovem empenhada em aprender e dar o melhor de si, pois queria ser a primeira pianista clássica negra da história.
As curvas da vida – e o grande preconceito racial da época – fizeram com que Eunice assumisse uma nova persona – Nina Simone – para tocar nos bares da cidade e ganhar algum dinheiro para sustentar sua família. Longe de poder tocar a música clássica que tanto amava, Nina se viu forçada a tocar música popular e a cantar para agradar a clientela, trabalhando longas e exaustivas horas.
Nina Simone
Nina Simone em entrevista no Carnegie Hall, em Nova Iorque
Um dos pontos mais enfatizados no documentário é o relacionamento de Nina Simone com o seu trabalho e o quanto ele consumia uma parte considerável de sua vida. Na verdade, não havia distinção entre seu trabalho e sua vida particular – ou até mesmo social. Nina casou-se com um homem poderoso que se tornou seu agente e colocava o trabalho sempre em primeiro lugar. Mesmo cercada de pessoas interessantes e podendo usufruir dos prazeres da vida, Nina Simone era uma mulher que vivia para o trabalho – um trabalho que foi mais um acidente de percurso do que um planejamento consciente: a frustração por não ter se tornado a primeira pianista clássica negra da história ainda lhe assombrava e dominava todas as suas frustrações com o universo em que vivia.
Some-se a isso uma sociedade completamente dividida pelo preconceito racial na década de 60, um mercado fonográfico seletivo e exigente, um marido abusivo e uma vontade explosiva de fazer alguma coisa para sair desta condição. Havia algo que fazia com que a Sacerdotiza do Soul não se encaixasse nesse mundo.
No ápice da luta pelo fim da segregação racial, comandada por nomes como Malcolm X e Martin Luther King, Nina sentiu-se na obrigação de abraçar a causa com toda a intensidade de seu coração, como uma forma de inspirar seus companheiros negros – e de se libertar das amarras de sua vida. A causa parecia tocar fundo nas insatisfações de Nina – e não tinha como ser diferente. Deixando as músicas românticas de lado – como a celebrada I Loves You, Porgy – o foco de seus shows eram as composições de forte cunho político, como a polêmica Mississippi Goddam e Ain’t Got No… I’ve Got Life, o que elevou a cantora ao status de porta voz de toda uma geração de afroamericanos que lutavam por direitos civis igualitários.
Ao mesmo tempo, o tom violento de seus discursos ativistas fez com que Simone fosse naturalmente afastada da mídia convencional. A coragem de Nina Simone em imprimir questões tão delicadas de forma tão explícita em suas canções-protesto foi essencial para que o empoderamento de uma legião que fazia parte do movimento negro nos Estados Unidos.
Mais uma vez, a personalidade forte de Nina Simone – intensificada por um transtorno bipolar tardiamente diagnosticado – e a incansável insatisfação com todos os aspectos de sua vida levou a Sacerdotiza do Soul a abandonar os palcos, abandonar o país e seguir sua vida na Europa, onde retomou sua carreira no final da década de 70 e onde permaneceu até o fim da sua vida em 2003, quando faleceu após lutar contra o câncer de mama.
What Happened, Miss Simone? é um documentário obrigatório, não apenas para quem gosta de música e se interessa pela trajetória de uma das mulheres mais relevantes da história política e musical dos anos 60, mas também para revelar todo o brilhantismo e sensibilidade de uma artista perseguida por seus próprios medos e fantasmas, mas que teve a coragem de enfrentar de peito aberto os preconceitos de sua época e os opressores de sua vida, em busca da liberdade que tanto desejava.

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