por Rogério Zeidan
As atuais movimentações sócio-políticas de golpe se encontram forjadas por um conjunto de elementos imbricados entre si: o poderio econômico que detém o domínio da sociabilidade cotidiana sobre o proletariado (banqueiros e empresários), o poder da mídia que detém igualmente o domínio das massas na formação da opinião pública, das instituições estatais (Forças Policiais; PJ; MP) dotadas de autonomia e presunção de credibilidade ao atuar em nome da “lei”, da “democracia” e da “moralidade”.
E para agravar ainda mais este cenário, constata-se a AUSÊNCIA DE APOIO DAS LIDERANÇAS DE ESQUERDA diante de um Governo que minimizou e estancou os processos de participação popular, com a adoção de um modelo de governança que perde sua identidade e se distancia de suas raízes. Tudo isso, em meio ao caos da indústria cultural e lembro aqui de Adorno e Horkheimer, que na Dialética do Esclarecimento já apontava para a alienação oriunda das culturas de massa na sociedade capitalista.
Nils Christie, em sua obra A indústria do Controle do Crime, já denunciava que historicamente sob a flâmula da lei, muitos interesses inescrupulosos têm sido ilegitimamente defendidos, como o nacionalismo alemão, o fascismo italiano, a ditadura na América Latina e as dominações capitalistas dentre tantos outros casos em que também se insere a atual manifestação. Num cenário em que juristas, moralistas, individualistas alienados e o próprio Direito passam a integrar a categoria da manutenção e “produção” desse sistema, com a específica função da “limpeza” das instâncias de poder e das próprias ruas (CHRISTIE, 1998, p. xiii).
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