sábado, 12 de janeiro de 2019

Jards Macalé - Trevas


Jards Macalé, cantor, compositor, produtor de discos lendários dos anos 70 (Transa, Fatal), instrumentista virtuoso, lança single de uma música inédita após vinte anos. A música lançada, é construída a partir do “Canto I” de Ezra Pound, traduzido por Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos.
É inevitável não pensar no cenário político e social que o país atravessa, com a escalada do obscurantismo, chegando aos postos oficiais da do Estado brasileiro. A faixa, um aperitivo para o 16º álbum de sua carreira, o primeiro com inéditas em 20 anos.
Produzido por Kiko Dinucci e Thomas Harres, e com direção artística de Romulo Fróes, o disco será lançado no mês que vem, é o primeiro álbum de Jards desde 2011. Artista que já escreveu seu nome na música popular brasileira, busca parceria com muitos dos jovens músicos que trabalharam recentemente com a cantora Elza Soares, que deram como frutos os dois álbuns aclamados pela crítica (A mulher do Fim do Mundo e Deus é Mulher).

Jards é um dos compositores mais importantes da música brasileira moderna — e um dos mais indóceis. Autor de clássicos do cancioneiro nacional como “Vapor Barato”, “Só Morto”, “Gotham City”, “Anjo Exterminado” e “Mal Secreto”, ele foi parceiro de Waly Salomão, Capinam, Torquato Neto, Naná Vasconcelos e Jorge Mautner, além de ser gravado por artistas tão diferentes quanto Gal Costa, Maria Bethânia, Clara Nunes e Camisa de Vênus. De alma noturna e timbre grave, Macalé é um sambista subversivo, anti-herói da própria biografia.

A música lançada junto com um belo clipe, traz em seu arranjo uma introdução que não deixa de lembrar a icônica música Ghotam City, lançada em 1969 no 4º Festival da Canção. Depois, quebra a sequência com uma levada bossa nova, com o seu vilão malemolente que o consagrou. “Chegamos ao limite da água mais funda, levanta o olhar pro céu”, canta Jards Macalé, 75 anos, com a boca submergindo como se estivesse se afogando, seu canto gravado com o rosto sobre uma bacia, balbuciando os versos enquanto afunda a voz na água. A contundente canção termina com um furioso e sujo solo de guitarra. 
Como sempre, os grandes artistas conseguem captar com sua obra o retrato dos tempos vividos.
TREVAS Música: Jards Macalé Letra: Adaptação de Jards Macalé para “Canto I” de Ezra Pound, a partir da tradução de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos Voz e Violão: Jards Macalé Violão: Kiko Dinucci Baixo: Pedro Dantas Bateria: Thomas Harres Guitarra: Guilherme Held VIDEO CLIPE Direção: Gregório Gananian Co-direção: Gabriel Kerhart Montagem: Gregorio Gananian, Danielly o.m.m, Cesar Gananian Direção de fotografia: João França Arte Luz: LabLUXz_ LAS3R, Diogo Terra Vargas Produção de set e esculturas: Danielly o.m.m Assistente de Câmera: Ângelo Lorenzetti Color Grading: André França Finalização grade: Marcelo Rodrigues Assistência: James Peret Colaboração de montagem: Flávio Caputo Direção Musical: Jards Macalé Direção artística: Rômulo Fróes Produção Musical: Kiko Dinucci e Thomas Harres Direção Geral: Rejane Zilles Produção Executiva e Produção Artística: Thai Halfed  Gravado no Red Bull Studios São Paulo, em agosto de 2018

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